Finalmente, após algumas tentativas mal sucedidas, consegui assistir ao espetáculo “Tio Vânia” do Grupo Galpão. Depois de ler uma crítica muito negativa de Bárbara Heliodora sobre esse trabalho (http://rioshow.oglobo.globo.com/teatro-e-danca/eventos/criticas-profissionais/tio-vania-aos-que-vierem-depois-de-nos-5122.aspx) , confesso que estava um pouco desconfiado. Contudo, por não me deixar levar pela opinião alheia, resolvi ir ao Teatro Klaus Viana no último sábado, dia de Tiradentes.
Inicialmente, estranhei tudo: cenário, interpretação, música, luz e até mesmo os figurinos. Tive a sensação de não estar assistindo ao famoso Grupo Galpão de Belo Horizonte, que nos traz muita cor, alegria, despojamento e irreverência. Achei as primeiras cenas muito formais, frias e muito distantes, guardadas as diferenças estilísticas, de outros trabalhos do grupo como, por exemplo, “Till, A Saga de Um Herói Torto”, “Um Molière Imaginário”, “Romeu e Julieta”, “Um Homem é Homem”, “O Inspetor Geral”, dentre outros. Contudo, com o passar do tempo, fui “abduzido” para dentro da encenação. O drama, aristotelicamente falando, foi pegando-me com os seus fios, seduzindo-me e enganando-me. Quando olhei para mim, me dei conta que estava completamente imerso na linda e triste história de Tchékov. O cenário trocou de roupa, o figurino ganhou nova luz, a luz adquiriu nova roupagem, as interpretações não estavam mais frias e distantes e os rostos e os olhos dos atores iluminaram-se como noite de lua cheia e de fogos de artifícios. Por fim, sinto dizer-lhe, com todo o respeito, Bárbara Heliodora: a senhora “pesou a mão” na crítica ao brilhante Tio Vânia do Grupo Galpão!
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