Tio Vânia – Aos que vierem depois de nós – Grupo Galpão

Finalmente, após algumas tentativas mal sucedidas, consegui assistir ao espetáculo “Tio Vânia” do Grupo Galpão. Depois de ler uma crítica muito negativa de Bárbara Heliodora sobre esse trabalho (http://rioshow.oglobo.globo.com/teatro-e-danca/eventos/criticas-profissionais/tio-vania-aos-que-vierem-depois-de-nos-5122.aspx) , confesso que estava um pouco desconfiado. Contudo, por não me deixar levar pela opinião alheia, resolvi ir ao Teatro Klaus Viana no último sábado, dia de Tiradentes.

Inicialmente, estranhei tudo: cenário, interpretação, música, luz e até mesmo os figurinos. Tive a sensação de não estar assistindo ao famoso Grupo Galpão de Belo Horizonte, que nos traz muita cor, alegria, despojamento e irreverência. Achei as primeiras cenas muito formais, frias e muito distantes, guardadas as diferenças estilísticas, de outros trabalhos do grupo como, por exemplo, “Till, A Saga de Um Herói Torto”, “Um Molière Imaginário”, “Romeu e Julieta”, “Um Homem é Homem”, “O Inspetor Geral”, dentre outros.  Contudo, com o passar do tempo, fui “abduzido” para dentro da encenação. O drama, aristotelicamente falando, foi pegando-me com os seus fios, seduzindo-me e enganando-me. Quando olhei para mim, me dei conta que estava completamente imerso na linda e triste história de Tchékov. O cenário trocou de roupa, o figurino ganhou nova luz, a luz adquiriu nova roupagem, as interpretações não estavam mais frias e distantes e os rostos e os olhos dos atores iluminaram-se como noite de lua cheia e de fogos de artifícios. Por fim, sinto dizer-lhe, com todo o respeito, Bárbara Heliodora: a senhora “pesou a mão” na crítica ao brilhante Tio Vânia do Grupo Galpão!

Till, a saga de um herói torto – Pequena crítica

No domingo passado, 12 de fevereiro de 2012, assisti ao espetáculo “Till, a saga de um herói torto”, do Grupo Galpão, no Grande Teatro do Palácio das Artes.

Foi uma noite agradabilíssima e muito divertida. A casa estava lotada e a platéia ria e aplaudia a todo momento. Não é por menos, pois “Till” é um grande espetáculo, animadíssimo, engraçado, lírico, colorido e muito bem montado. Eu que não sou muito adepto às comédias de Belo Horizonte, confesso que me rendi à essa deliciosa história contada pelo Galpão.

Além de possuir cenário, figurinos e iluminação competentíssimos, a música, elemento marcante dos espetáculos do grupo mineiro, é um perfume agridoce aos ouvidos. Elementos sonoros metálicos mesclam-se à doçura da flauta e ao ritmo contagiante da percussão. As cantigas, de forte apelo popular e folclórico, dão um tempero mais que especial à encenação mineira.

Quanto à interpretação, destaque para Inês Peixoto, que representou magistralmente o protagonista torto. O trio de cegos é fortíssimo e é o principal responsável pelo lirismo e pela emoção poética do espetáculo: sonhos cinzas de ternura!

Enfim, como de costume, os atores e atrizes do Galpão deram um show de interpretação. A única falta ficou por conta da ausência do magistral Rodolfo Vaz.

NOTA: ***** (5 estrelas).

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