Lei PNAB entra em contagem regressiva: Rondônia corre risco de perder recursos fundamentais para a cultura

Por Adailtom Alves Teixeira – Professor Adjunto da Universidade Federal de Rondônia; doutor e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp); graduado em História pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul); um dos fundadores e articulador da Rede Brasileira de Teatro de Rua.

Fonte: https://teatroempvh.blogspot.com/2025/04/lei-pnab-entra-em-contagem-regressiva.html

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Faltam apenas 78 dias para que estados e municípios cumpram os prazos de execução da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), sob risco de perder os repasses previstos para o próximo ano. Apesar de os recursos já estarem depositados nas contas dos entes federativos que aderiram ao programa, a esmagadora maioria dos municípios de nosso estado ainda não lançou os editais públicos necessários para a aplicação do montante. A situação é especialmente preocupante quanto ao estado de Rondônia, onde o atraso não só compromete o volume de recursos destinado, mas também afeta todos os municípios – inclusive aqueles que, por motivos diversos, não aderiram formalmente à política.

A PNAB representa um avanço importante na consolidação de uma política pública de fomento cultural de caráter continuado no Brasil. Diferente das ações emergenciais anteriores, como a Lei Aldir Blanc (em sua primeira versão) e a Lei Paulo Gustavo, a PNAB visa estabelecer uma estrutura permanente de financiamento à cultura, respeitando a diversidade regional e promovendo a descentralização dos recursos. O não cumprimento dos prazos significa, na prática, abrir mão do desenvolvimento cultural, social e econômico local, bem como abrir mão da construção de uma identidade cultural forte em nosso estado.

A cultura é vetor de desenvolvimento. Gera emprego, renda, movimenta o turismo e fortalece a economia dos territórios, mas também pode ser motivo de orgulho de um povo, posto que as produções artísticas chegam onde outros fatores não costumam chegar. Em estados como Rondônia, onde ainda não há uma política pública de cultura efetiva e estruturada, o desperdício desses recursos equivale a negligenciar oportunidades reais de transformação. A ausência de editais e a morosidade na execução do que está previsto em lei vão na contramão da realidade vivida por centenas de trabalhadores da cultura que dependem desses incentivos para continuar produzindo.

O histórico recente não é animador. Mesmo com os impactos positivos gerados pela Lei Paulo Gustavo – responsável por fomentar a produção de filmes, mostras, festivais, espetáculos e outras expressões artísticas no estado, alguns já realizados e outros ainda em processo – a Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel) não conseguiu executar a totalidade dos recursos. Muitos projetos contemplados sequer foram pagos, e parte do dinheiro precisou ser devolvido ao Tesouro Nacional. O temor da classe artística é que a história se repita com a PNAB.

Desde a primeira Lei Aldir Blanc, passando pela Paulo Gustavo até o atual marco da PNAB, o Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC) e a sociedade civil organizada têm atuado incansavelmente na defesa da cultura em Rondônia. São esses atores que pressionam, dialogam e propõem soluções para garantir que os recursos cheguem à ponta. No entanto, a falta de prioridade política e administrativa tem minado os esforços coletivos.

Com o tempo se esgotando, é urgente que os gestores públicos ajam com responsabilidade. Cada dia perdido representa uma oportunidade a menos para centenas de fazedores de cultura, coletivos e comunidades tradicionais que, historicamente, têm sido invisibilizados pelas políticas estatais. Se o dinheiro está disponível, já em conta. Há que se perguntar:  O que falta aos gestores públicos? Só uma política pública efetiva e robusta será capaz de fortalecer a cultura e impulsionar o desenvolvimento do nosso estado. E a PNAB é o caminho para que isso ocorra.

Naurú, o poeta das guerras, da arte e da vida

Os ecos de Naurú continuam reverberando nos nossos sentidos.

A natureza pede socorro: me salvem dos “negócios”, dos “negócios”, dos “né.gó.ci.os”.

O sangue nos olhos; o sangue no arame farpado; o sangue na terra desértica pelo desmatamento; o sangue que corre nas veias dos rios intoxicados; que jorra pela boca dos animais; que, como lágrima de borracha, se derrama das árvores, e pelas árvores.

Flor.Esta. Flo.Resta!

Os gritos de Naurú ainda ecoam nos nossos ouvidos!

Naurú é força. É arte. É vida. Naurú é espetáculo que flui grandemente, como poesia, pelo grande palco arredondado da experiência. Que com seus olhos vê o céu sem fumaça, repleto de luzes coloridas, de estrelas e de aves noturnas que gorjeiam.

Naurú também é dia. Naurú é bebê e criança. Brincadeira. É ainda adulto que se fere e doente que se cura. Naurú é preto. Naurú é mulher. Naurú é afeminado. É minoria.

Naurú é ancestral, seja do vasto e rico continente africano, seja dos povos originários das américas feridas pela cobiça europeia.

A flor.que.resta da Amazônia é Naurú. É puro poema, diria Carlos Drummond de Andrade. Mas, infelizmente, essa vastidão de verde tem versos em branco: seria o cerrado ou os desmatamentos?

Naurú não é guerra. Todavia, luta as batalhas da guerra para salvar a vida.

O “Xapiri Pê” é um guerreiro Naurú: um coletivo de artistas democratas que, como um manifesto, combate a violência institucional. Esta, que como monstros sombrios, vem de dentro. Que luta contra a grilagem de terras. Os maus políticos. Os ditadores e as suas ditaduras. Que combate a má polícia e apoia os bons policiais. Que a.ti.ra na bu.rri.ce. Ditadura nunca mais. Precisamos de verdade, memória, justiça… E reparação!

A força e a poesia de Narú se vê emblematicamente na bandeira. No suor do trabalho do agricu-Ator.

Narú é rito, caboclagem, dança, linguagem desconexa, dialeto. Marcação. Demarcação já!

O coral da floresta, composto por naipes de onças, cantos de pássaros e roçar das folhas, também é Naurú.

Mas em nome do progresso, do comércio e do agronegócio, querem calá-lo.

As ordens militares, os tiros de escopeta e de metralhadora, os roncos de motores de tratores e de hélices de helicóptero não calarão a sabedoria do “Poeta das GuErras”. Censura nunca mais!

A arte é para todos e para os mais diferentes lugares, diria Naurú frente a negação do espaço público pelas forças que querem o silenciamento. Não, o sábio poeta não se calará! E exigirá o que é seu de direito: a terra, as águas, as riquezas e o teatro.

Ah, o teatro! Naurú convoca Brecht e Artaud. Chama, dialeticamente, a loucura deliciosa para a criação. Requer uma dose de insanidade. Até um pouco de cachaça. E muito axé!

Naurú aclama os mortos pela ditadura e os ambientalistas assassinados pelos gananciosos dos frutos da terra. Cuidado, estes pertencem à natureza. E ela se vinga!

Naurú é história, filosofia, dramaturgia, biologia. São os conhecimentos amazônicos (e “amazônidos”). É Rondônia. Brasil. América Latina. É “mundo, mundo, vasto mundo”!

Naurú é teatro contemporâneo.

“Naurú *** Poeta das GuErras” é um espetáculo de 2025 criado pelo “Coletivo Xapiri Pê”, de Porto Velho, que dialoga com o presente. Mas não esquece o passado. E se preocupa com o futuro.

Créditos das imagens: Fotos de Raquel Melyssa, Thales Gomes e Matheus Duarte.

Continue lendo “Naurú, o poeta das guerras, da arte e da vida”

Um pouquinho de história de Direito de Família e o empoderamento feminino!, por Bia Camponogara

Compartilho com meus leitores o link do belíssimo e profundo texto de Bia Camponogara, de Florianópolis, sobre direito de família e empoderamento feminino, publicado em seu blog em 2019: https://saboresesaberesbybia.blogspot.com/2019/08/um-pouquinho-de-historia-de-direito-de.html

A própria autora resume o objetivo de seu escrito: “O texto também tem a finalidade de mostrar que o direito de família não é uma súmula vinculante, e cada família é única; todas são diferentes na forma, na cultura, nos princípios, na essência, merecendo o devido respeito!!!!”

Façam seus comentários no blog dela!

Boa leitura!!!

Luciano Oliveira

Fonte da imagem destacada: https://pt.pngtree.com/freepng/a-gay-couple-of-different-race-with-disability-black-white-in-love_14905833.html

O Pesadelo da Borboleta: um devaneio de espetáculo!

Marilyn Clara Nunes, a mais recente professora do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e atriz fundadora do Oposto Teatro Laboratório, apresentou, em 24/02/2024, sábado, no Espaço Caixa Mágica de Porto Velho, o fascinante espetáculo solo O Pesadelo da Borboleta.

Com a competente encenação da renomada atriz Julia Varley, do grupo Odin Teatret, da Dinamarca, esse solo, apresentado pela terceira vez na capital rondoniense, possui em seu histórico diversas premiações, a exemplo do prêmio “Myriam Muniz- montagem sudeste”, de 2016. O Pesadelo da Borboleta estreou na Dinamarca em setembro de 2018, após quatro longos e árduos anos de ensaio, e já foi apresentando Brasil afora, bem como no México. 

Com seu profissionalismo lapidado internacionalmente, Marilyn Nunes representa, de modo muito profundo e vertical, uma pintora que

está reclusa em seu ateliê de obras inacabadas quando adormece e tem um sonho – ou seria um pesadelo? Ela recorda passagens de sua primeira infância: seu nascimento, as primeiras flores e borboletas que viu, os rios, pássaros, árvores…e desse acesso às memórias surge também a lembrança da inesperada morte do pai. Acompanhada pela voz de sua mãe, que narra os detalhes desses acontecimentos, ela adentra o seu trauma. O isolamento em que vive é como o tempo de uma lagarta que espera o momento de tornar-se borboleta, ela busca por sua ‘metamorfose humana’.

A atriz Marilyn Nunes, com sua densa e complexa personagem, nos faz refletir sobre o tempo, sobre a morte/vida, sobre a memória/passado, sobre nossos aprisionamentos, sobre aqueles que amamos, e também sobre o porvir, pois, como disse o autor moçambicano Mia Couto, o “futuro é uma coisa que, existindo, nunca chega a haver” (“Mar me quer”).

Aliás, além de (ins)Pirações em Mia Couto, nas obras “Antes de Nascer o Mundo”, “Confissões da Leoa” e “O último voo do Flamingo”, O Pesadelo da Borboleta recorre, para sua intrincada tecitura dramatúrgica, às obras “O Diário de Frida Kahlo”, de Frida Kahlo, “Infância”, de Graciliano Ramos, “Violeta Velha e outras flores”, de Matheus Arcaro, “Viagem ao Oriente”, de Herman Hesse, e ao poema “Pirata”, de Hilda Hilst. E não menos importante, às próprias histórias de vida da atriz, como a perda de seu genitor quando tinha apenas três anos de idade.

A interpretação de Marilyn Nunes atinge um grau de virtuosismo sagrado. Ela, aproximando-me analogicamente ao Katkakali e ao Odissi indianos, enfrenta-se com os espectadores enquanto atriz, bailarina, cantora e musicista. E por que não como artista plástica, lembrando o princípio da atuação polifônica do encenador russo Vsevolod Meyerhold? Em termos metodológicos e didáticos, as ações cênicas que ela desenvolve são um exemplo primoroso do teatro antropológico de Eugênio Barba; um livro prático dos princípios poéticos e estéticos do teatro contemporâneo ocidental, desde Grotowski, passando por Peter Brook, e desembocando no próprio Barba e nos integrantes do seu Odin Teatret. E isso tudo com um toque da “peste virulenta” e da “loucura” de Antonin Artaud. Parafraseando esse teórico, Marilyn é “uma atleta afetiva” que, como uma borboleta em seu processo de metamorfose, emerge de sua pupa, expressando toda sua beleza, dor, plenitude e complexidade.

O Pesadelo da Borboleta é um espécime de ética profissional que faz transbordar nos espectadores os mais intensos sentimentos. Um gigante de sonhos profundos a despertar e voar pelos mais esplendorosos festivais de teatro do mundo! Um devaneio de espetáculo!

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Foto destacada da capa: Tommy Bay

FICHA TÉCNICA COMPLETA
Atriz criadora: Marilyn Nunes
Direção: Julia Varley
Assistente de direção: Flávia Coelho
Colaboração na criação de materiais cênicos: Laís Taufic e Flávia Coelho
Figurino e iluminação: Oposto Teatro Laboratório
Sonoplastia: “Canção para ninar Oxum”, cantada por Juçara Marsal; “Acalanto”,
cantada por Nana Caymmi e “Quando a saudade insistir”, cantada por Isaura
Garcia. Narração-Depoimento:Lucimar Sukert.
Montagem de sonoplastia: gravação e primeira edição: Marilyn Nunes; Segunda
edição: Flávia Coelho. Melhoria sonora: Beto Guedes. Edição de músicas: Flávia
Coelho; programação: Marilyn Nunes.
Texto inspirado em excerto das obras: “Antes de Nascer o mundo”, “Confissões
da Leoa” e “O último voo do flamingo”, de Mia Couto, “O Diário de Frida
Kahlo”, de Frida Kahlo, “Infância”, de Graciliano Ramos, “Violeta Velha e outras
flores”, de Matheus Arcaro, “Viagem ao Oriente”, de Herman Hesse. Poema de
Hilda Hilst “Pirata”.
Direção de montagem do texto: Julia Varley
Adaptação e pesquisa textual: Flávia Coelho, Lais Taufic e Marilyn Nunes
Cenário, figurino e adereços: Julia Varley, Marilyn Nunes e Flávia Coelho
Construção de adereços em madeira: Hjalmar Andersen
Fotografia: Tommy Bay e Ed Wesley
Gravação audiovisual do espetáculo: Studio Águia.
Produção: Oposto Teatro Laboratório.
Coprodução: Nordisk Teaterlaboratorium

Corpos do Prazer ganha prêmio internacional

O vídeo-teatro performativo Corpos do Prazer, produção do Coletivo 2 x 2 – RO, recebeu o prêmio de Melhor Vídeo Teatro no Salão Internacional de Artes Presencial (https://vemsac.com/), ocorrido em dezembro de 2022, em Portugal.

Corpos do Prazer é uma obra artística resultante das investigações empreendidas por Ádamo Teixeira, egresso do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIR, durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano Oliveira. Nesse trabalho, a travesti Amitaff propõe a lançar-se como artista ao mesmo tempo em que divulga um pacote promocional de fotos e vídeos eróticos. Acompanhada pelo seu produtor (e cliente), que filma e transmite “ao vivo” as imagens do evento, ela sente na pele as consequências da exclusão social, da transfobia e do machismo. O trabalho denuncia ainda a invisibilidade, a violência e o moralismo tão em voga no Brasil.

Estamos deveras contentes com a primeira premiação do Coletivo 2×2 – RO e com a primeira premiação internacional do ator Ádamo Teixeira e dos diretores Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate.

Dedicamos esse prêmio à todas as travestis de Porto Velho e de Rondônia que, nos seus cotidianos, enfrentam inúmeras violências e exclusões!

Corpos do Prazer pode ser assistido a partir deste link: https://www.youtube.com/watch?v=j83gbP_xock

Ficha Técnica:

Atuação, figurino, maquiagem, cenografia e iluminação: Ádamo Teixeira

Direção/orientação, técnica e produção: Luciano Oliveira

Publicitário, direção de vídeo e edição: Luís Gustavo Aldunate

Assessoria de imprensa: Dennis Weber

Elenco de apoio: Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate

Intérprete de Libras: Jamilly Martins

Corpos do Prazer será exibido em Portugal

O vídeo-teatro performativo Corpos do Prazer (https://www.youtube.com/watch?v=j83gbP_xock&list=PLJlPTUTgz-Y6T__wPBSiXQlM9muFFrBTC&index=6), produção do Coletivo 2 x 2 – RO (https://www.instagram.com/coletivo2x2rondonia/), do qual eu também faço parte, será exibido, em dezembro de 2022, no Salão Internacional de Artes Presencial (https://vemsac.com/) em Lisboa, Portugal.

“Corpos do Prazer” é uma obra artística resultante das investigações empreendidas pelo discente Ádamo Teixeira, do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIR, durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano Oliveira. Nesse trabalho, a travesti Amitaff propõe a lançar-se como artista ao mesmo tempo em que divulga um pacote promocional de fotos e vídeos eróticos. Acompanhada pelo seu produtor (e cliente), que filma e transmite “ao vivo” as imagens do evento, ela sente na pele as consequências da exclusão social, da transfobia e do machismo. O trabalho denuncia ainda a invisibilidade, a violência e o moralismo.

Estamos muito felizes com a primeira exibição internacional do nosso trabalho!

Ficha Técnica:

Atuação, figurino, maquiagem, cenografia e iluminação: Ádamo Teixeira

Direção/orientação, técnica e produção: Luciano Oliveira

Publicitário, direção de vídeo e edição: Luís Gustavo Aldunate

Assessoria de imprensa: Dennis Weber

Elenco de apoio: Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate

Intérprete de Libras: Jamilly Martins

Mostra de Encenações do Departamento de Artes da Unir exibe nove trabalhos artísticos nesta sexta-feira (22)

Na próxima sexta-feira (22 de julho), às 19h, no Teatro Guaporé, em Porto Velho (RO), mais nove trabalhos artísticos desenvolvidos por acadêmicos e egresso do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Rondônia serão apresentados ao público. A programação integra a 4ª edição da Mostra de Encenações do Departamento de Artes da Unir (MEDU IV), que teve início no dia 15/07.

O evento é gratuito, com classificação indicativa para maiores de 16 anos, e contará com bate-papo com os acadêmicos/artistas após a exibição dos trabalhos. Os ingressos podem ser adquiridos com uma hora de antecedência no local do evento.

Serão apresentados os trabalhos artísticos ao vivo e gravados: Para aceitar a minha deficiência visual (Mayara Camargo); Aterro (Cláudio Zarco); Bacoxum (Dennis Weber, Luís Gustavo Aldunate e Sâmia Pandora); Com-pulsei (Evaristo Corrêa); Reflexo (Luís Gustavo Aldunate); Homo Consumericus (Cláudio Zarco); Rio Poluído (Sabrina Barbosa); Transform(ação) (Emerson Garcia Barros) e Corpos do Prazer (Ádamo Teixeira).

A Mostra

A Mostra de Encenações do DArtes/Unir é um projeto de extensão do Departamento de Artes da Universidade Federal de Rondônia, mais especificamente do Curso de Licenciatura em Teatro, com coordenação do professor Dr. Luciano Oliveira. Esta edição (4ª) integra o Evento Cultural Funcer – 2022, desenvolvido pela Fundação Cultural do Estado de Rondônia (Funcer).

Na Mostra são apresentados ao público os projetos de encenação e artísticos desenvolvidos pelos alunos das disciplinas Linguagem da Encenação Teatral e Fundamentos da Direção Teatral, ministradas por Luciano Oliveira. A programação da 4ª Mostra também conta com breves cenas, contação de história e vídeo-performances desenvolvidas nas disciplinas de Performance, Processos de Ensino em Teatro I, TCC II, Atuação com Objetos e Arte e Educação Ambiental.

“Na IV edição, as novidades são as apresentações no palco do Teatro Guaporé, seguidas das exibições de vídeos de forma presencial, como as que ocorrem num cinema. Assim, teremos um evento que promove o hibridismo de linguagens artísticas: teatro, contação de histórias e vídeos. Os vídeos, por exemplo, contemplam linguagens, estilos e gêneros diversos. Temos desde vídeos resultantes de experimentações teatrais presenciais, portanto antes da pandemia de COVID-19, que passaram por experimentações e adaptações virtuais durante a pandemia; vídeos com características performativas, os chamados vídeos-performances; e até mesmo um vídeo cujo gênero é intitulado como vídeo-teatro performativo, ou seja, um mix de teatro, performance e audiovisual”, explica Luciano.

Saiba mais sobre a Mostra acessando nosso perfil no Instagram, onde compartilhamos os perfis dos artistas, sinopses e outros detalhes do evento.

Sinopses dos trabalhos apresentados na sexta-feira (22/07)

PARA ACEITAR A MINHA DEFICIÊNCIA VISUAL

Atuação: Mayara Camargo

Colaboração: Roberto Ruiz

Sinopse: Em “Para Aceitar a Minha Deficiência Visual” a atriz  Mayara Camargo traz um pouco da sua fase de aceitação da deficiência visual, a negação de aprender o braille e demais adaptações para o cotidiano de uma pessoa cega. A cena é dividida em duas situações: a fase da não aceitação e o desabafo ao final da própria atriz sobre sua deficiência.

ATERRO

Equipe artística e técnica: Cláudio Zarco, Anthony Christian Fernandes, Dani Anjos, Vina Jaguatirica, Patrick de Araújo e Núcleo Curare

Sinopse: A ação “Aterro” apresenta o terreno em que o corpo é soterrado pelas instâncias disciplinares que o poder produz, induz, investe ao sujeito, que trabalha, arregaça as mangas e ara sua vida que não é util. É no cultivo que o corpo aterrado se encontra com sua adjetivação, aterrorizado. O embate brota. Neste processo de enterro e desterro do corpo, terras caídas florescem o pensar em busca de afetos aquíferos, ou ainda, como diria Ailton Krenak: “A Terra pode nos deixar para trás e seguir o seu caminho”.

BACOXUM

Criadores (a) e atuadores (a): Dennis Weberton Vendruscolo Gonçalves, Luís Gustavo Aldunate e Sâmia Pandora

Provocador: Luiz Lerro

Sinopse: Um deus e uma deusa, vindos de terras longínquas através das bocas-pensamentos de imigrantes, mas já acostumados com as transitoriedades e complexidades da terra Rondônia, se cruzam por entre praças e fontes abandonadas de Porto Velho, em um jogo de desejo e repulsa, de vida e morte.

COM-PULSEI

Concepção e realização: Evaristo Corrêa

Provocador: Luiz Lerro

Sinopse: A vídeo-performance “Com-pulsei” apresenta um corpo compulsando entre as paredes de um micro apartamento rodeado dos consumos mais comuns do nosso cotidiano, gerando aflições e desesperos ora silenciosos, ora estrondosos. Sensações ampliadas no contexto político e pandêmico do Brasil de 2018-2022.

REFLEXO

Equipe artística e técnica: Gabriela Aldunate e Luís Gustavo Aldunate

Sinopse: Um homem fica entre escolhas de duas caixas misteriosas e se depara com seu diário contendo lembranças e assuntos nunca resolvidos, o que o deixa perturbado. Reflexo foi filmado por meio do espelho e é um roteiro adaptado do original de Nery Rodrigues.

HOMO CONSUMERICUS

Equipe artística e técnica: Cláudio Zarco, Luiz Lerro, Éder Rodrigues, Teo Nascimento, Raíssa Dourado e Núcleo Curare.

Sinopse: Homo Consumericus é uma performance itinerante, inspirada no poema “Eu Etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade. O Homem-anúncio, protótipo de todas as logomarcas do mercado se desloca pelos centros urbanos, interagindo com vitrines, com espaços comerciais e com o público transeunte. Esta interação promove reflexões sobre a identidade em meio à overdose e selvageria do sistema capital. A proposta é discutir a temática, partindo da instalação de uma poética crítica da arte corporal, passando pela ocupação do espaço público, por movimentos sociais e sua descaracterização da cidadania pela associação da mesma ao consumo. O estranhamento poético e crítico da imagem do Homo Consumericus, no espaço urbano, abre perguntas sobre as liberdades do ser humano sobre a natureza do consumo e do corpo, criando um argumento sobre como essas liberdades são moldadas por convenções estéticas e sociopolíticas.

RIO POLUÍDO

Equipe artística e técnica: Sabrina Barbosa, Tharlles Alef de Oliveira Araújo e Gilca Lobo

Sinopse: “Rio Poluído”, de Sabrina Barbosa, surgiu durante a disciplina “Atuação com Objetos”, ministrada pelo professor Luciano Oliveira. O vídeo mistura teatro com objetos e dança contemporânea. O trabalho é dividido em dois momentos, sendo que no segundo é usado um figurino que simboliza um rio fictício. Para tanto foram estudadas características do Rio Madeira. O trabalho pode ter várias leituras por parte do público e apresenta a poluição dos rios, tema transversal à Educação Ambiental. “Rio Poluído” busca retratar a dor e o sofrimento que a natureza enfrenta, bem como o seu pedido de socorro.

TRANSFORM(AÇÃO)

Equipe artística e técnica: Emerson Barros e João Mariano

Provocador: Luiz Lerro

Sinopse: A vídeo-performance coloca em cena um indivíduo com depressão e vergonha do seu próprio corpo. A frustração afeta a sua saúde mental, jogando-o em lugares obscuros e de desespero, amortizados por uma gula insaciável!

CORPOS DO PRAZER

Equipe artística e técnica: Ádamo Teixeira, Luciano Oliveira, Luís Gustavo Aldunate, Dennis Weber e Jamilly Martins

Sinopse: “Corpos do Prazer” é uma obra artística (vídeo-teatro performativo) resultante das investigações empreendidas pelo discente Ádamo Teixeira, do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIR, durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano Oliveira. Nesse trabalho, a travesti Amitaff propõe a lançar-se como artista (cantora, atriz e performer) ao mesmo tempo em que divulga um pacote promocional de fotos e vídeos eróticos. Acompanhada pelo seu produtor (e cliente), que filma e transmite “ao vivo” as imagens do evento, ela sente na pele as consequências da exclusão social e do machismo. O trabalho denuncia ainda a invisibilidade, a violência, a transfobia e o moralismo tão em voga no Brasil atual.

Ficha Técnica do MEDU IV:

Coordenação e produção: Luciano Oliveira

Apresentação: Alexandre Falcão e Dennis Weber

Assessoria de Imprensa: Dennis Weber

Publicitário: Luís Gustavo Aldunate

Curadoria artística: Luciano Oliveira, Dennis Weber, Luís Gustavo Aldunate, Sabrina

Barbosa, Aléxia Mille e Jonathan Ignácio

Bolsistas PIBEC: Aléxia Mille, Jonathan Ignácio e Rafa Correia

SERVIÇO

Evento: 4ª Mostra de Encenações do Depatamento de Artes da UNIR

Data: 22/07/2022 (sexta-feira)

Local: Teatro Guaporé, Rua Tabajara, 148 – Olaria, Porto Velho – RO

Horário: 19h (Rondônia)

Classificação indicativa: 16 anos

Valor : Gratuito, mediante retirada de ingressos presencialmente nos dias de evento

4ª edição da Mostra de Encenações do Departamento de Artes da Unir começará na próxima sexta-feira (15) em Porto Velho (RO)

Mais de dez trabalhos artísticos desenvolvidos por acadêmicos e egresso do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Rondônia começarão a ser exibidos a partir da sexta-feira (15), às 19h, no Teatro Guaporé, em Porto Velho (RO). A programação, que continuará no dia 22 de julho, integra a 4ª edição da Mostra de Encenações do Departamento de Artes da Unir (MEDU IV) que volta a ser realizada presencialmente. O evento é gratuito, com classificação indicativa para maiores de 16 anos. Os ingressos podem ser adquiridos com uma hora de antecedência no local do evento.

Na próxima sexta-feira (15) serão apresentados os trabalhos artísticos ao vivo e gravados: Quando a escrava Esperança Garcia escreveu uma carta; Retratos de uma pandemia; REV(60)LTADO e IS(80)LADO, desenvolvidos pelos seguintes acadêmicos, respectivamente: Marina de Amorin, Sabrina Barbosa, Luís Gustavo Aldunate e Dennis Weberton Vendruscolo Gonçalves. O evento contará com bate-papo com os acadêmicos/artistas após a exibição dos trabalhos.

Sobre a Mostra

A Mostra de Encenações do DArtes/Unir é um projeto de extensão do Departamento de Artes da Universidade Federal de Rondônia, mais especificamente do Curso de Licenciatura em Teatro, com coordenação do professor Dr. Luciano Oliveira. Esta edição (4ª) integra o Evento Cultural Funcer – 2022, desenvolvido pela Fundação Cultural do Estado de Rondônia (Funcer) e que apresenta durante o mês de julho exposições de artes plásticas, espetáculos de teatro, música e dança.

Na Mostra são apresentados ao público os projetos de encenação e artísticos desenvolvidos pelos alunos das disciplinas Linguagem da Encenação Teatral e Fundamentos da Direção Teatral, ministradas por Luciano Oliveira. “Contudo, hoje, dentro da programação atual, temos trabalhos (espetáculos, contação de história e vídeos) desenvolvidos em outras disciplinas desse curso, a exemplo de Performance e Processos de Ensino em Teatro I, ministradas, respectivamente, pelos professores Luiz Lerro e Alexandre Falcão. E também temos um trabalho criado por um ex-aluno desse curso, não mais ligado a nenhuma disciplina, e uma cena curta criada por uma discente de Teatro fora dos muros institucionais”, explica Luciano.

Segundo o Chefe do Departamento de Artes da Unir, professor Dr. Alexandre Falcão, a 4ª edição da Mostra marca a transição dos eventos realizados, até então, no ambiente virtual para o presencial. “A maioria dos trabalhos produzidos no último ano no Curso de Teatro foi virtual, em decorrência das circunstâncias da pandemia. Agora, alguns trabalhos podem ser partilhados presencialmente e também os trabalhos audiovisuais podem ser exibidos em uma tela grande, à semelhança do cinema. Assim, esta Mostra contará, principalmente, com trabalhos que têm interface com o audiovisual, mas também com uma contação de histórias e uma cena presenciais, materializando a conexão entre distintas linguagens”, comenta o docente lembrando que a última edição da Mostra de Encenações, em março de 2021, foi realizado de maneira virtual. 

O evento seguirá na sexta-feira (22 de julho), às 19h, no Teatro Guaporé, com a apresentação dos seguintes trabalhos artísticos: Para aceitar a minha deficência visual; Aterro; Bacoxum; Com-pulsei; Reflexo; Homo Consumericus; Rio Poluído; Transform(ação) e Corpos do Prazer.

Saiba mais sobre a Mostra acessando nosso perfil no Instagram, onde compartilhamos os perfis dos artistas, sinopses e outros detalhes do evento.

Sinopses dos trabalhos apresentados na sexta-feira (15/07)

QUANDO A ESCRAVA ESPERANÇA GARCIA

ESCREVEU UMA CARTA

Atriz/contadora de história: Marina de Amorin

Sinopse: A contação de história do Livro “Quando a escrava Esperança Garcia escreveu uma carta”, da autora Sônia Rosa, começou como uma atividade elaborada para o encerramento da disciplina Processo de Ensino em Teatro I, ministrada pelo professor Alexandre Falcão. Foi apresentada aos alunos dos 4º e 5º anos de uma escola municipal de Porto Velho e aos acadêmicos de Pedagogia da UNIR, no sarau de boas vindas aos novos acadêmicos do curso. E tem ganhado espaço e convites para mais apresentações.

RETRATOS DE UMA PANDEMIA

Encenação: Sabrina Barbosa

Atuação: Amanda Dias e Isabela Castiel

Sinopse: Retratos de uma Pandemia apresenta as consequências deixadas na comunicação social e socioemocional dos indivíduos, que diante de uma doença assustadora, foram simplesmente manipulados.

REV(60)LTADO

Encenação: Luís Gustavo Aldunate

Atuação: Dennis Weber

Sinopse: Adolfo está preso numa sala, de olhos vendados, sem entender as verdadeiras motivações de sua prisão pelo regime da ditadura civil-militar no Brasil. Em 1969, decidiu aceitar um emprego, como professor, em Rondônia. Foi preso ao desembarcar no estado e jogado numa sala, onde estará diante das próprias negações sobre sua orientação sexual e sobre a necessidade de proteger sua imagem social, expondo para si sua verdadeira natureza humana entre ser o certo ou o herói de sua própria história.

IS(80)LADO

Encenação: Dennis Weber

Atuação: Luís Gustavo Aldunate

Sinopse: Rick é gay, está isolado em uma sala, na década de 1980. Ele não se lembra de quando, como e o porquê foi parar naquele local. Em um processo investigativo, com auxílio de um diário e de uma voz interior, a personagem vai relembrando fragmentos de memórias suas e da sociedade que o isolou.

Ficha Técnica do MEDU IV

Coordenação e produção: Luciano Oliveira

Apresentação: Alexandre Falcão e Dennis Weber

Assessoria de Imprensa: Dennis Weber

Publicitário: Luís Gustavo Aldunate

Curadoria artística: Luciano Oliveira, Dennis Weber, Luís Gustavo Aldunate, Sabrina

Barbosa, Aléxia Mille e Jonathan Ignácio

Bolsistas PIBEC: Aléxia Mille, Jonathan Ignácio e Rafa Correia

SERVIÇO

Evento: 4ª Mostra de Encenações do Depatamento de Artes da UNIR

Datas: 15/07/2022 (sexta-feira) e 22/07/2022 (sexta-feira)

Local: Teatro Guaporé, Rua Tabajara, 148 – Olaria, Porto Velho – RO

Horário: 19h (Rondônia)

Classificação indicativa: 16 anos

Valor : Gratuito, mediante retirada de ingressos presencialmente nos dias de evento

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