Naurú, o poeta das guerras, da arte e da vida

Os ecos de Naurú continuam reverberando nos nossos sentidos.

A natureza pede socorro: me salvem dos “negócios”, dos “negócios”, dos “né.gó.ci.os”.

O sangue nos olhos; o sangue no arame farpado; o sangue na terra desértica pelo desmatamento; o sangue que corre nas veias dos rios intoxicados; que jorra pela boca dos animais; que, como lágrima de borracha, se derrama das árvores, e pelas árvores.

Flor.Esta. Flo.Resta!

Os gritos de Naurú ainda ecoam nos nossos ouvidos!

Naurú é força. É arte. É vida. Naurú é espetáculo que flui grandemente, como poesia, pelo grande palco arredondado da experiência. Que com seus olhos vê o céu sem fumaça, repleto de luzes coloridas, de estrelas e de aves noturnas que gorjeiam.

Naurú também é dia. Naurú é bebê e criança. Brincadeira. É ainda adulto que se fere e doente que se cura. Naurú é preto. Naurú é mulher. Naurú é afeminado. É minoria.

Naurú é ancestral, seja do vasto e rico continente africano, seja dos povos originários das américas feridas pela cobiça europeia.

A flor.que.resta da Amazônia é Naurú. É puro poema, diria Carlos Drummond de Andrade. Mas, infelizmente, essa vastidão de verde tem versos em branco: seria o cerrado ou os desmatamentos?

Naurú não é guerra. Todavia, luta as batalhas da guerra para salvar a vida.

O “Xapiri Pê” é um guerreiro Naurú: um coletivo de artistas democratas que, como um manifesto, combate a violência institucional. Esta, que como monstros sombrios, vem de dentro. Que luta contra a grilagem de terras. Os maus políticos. Os ditadores e as suas ditaduras. Que combate a má polícia e apoia os bons policiais. Que a.ti.ra na bu.rri.ce. Ditadura nunca mais. Precisamos de verdade, memória, justiça… E reparação!

A força e a poesia de Narú se vê emblematicamente na bandeira. No suor do trabalho do agricu-Ator.

Narú é rito, caboclagem, dança, linguagem desconexa, dialeto. Marcação. Demarcação já!

O coral da floresta, composto por naipes de onças, cantos de pássaros e roçar das folhas, também é Naurú.

Mas em nome do progresso, do comércio e do agronegócio, querem calá-lo.

As ordens militares, os tiros de escopeta e de metralhadora, os roncos de motores de tratores e de hélices de helicóptero não calarão a sabedoria do “Poeta das GuErras”. Censura nunca mais!

A arte é para todos e para os mais diferentes lugares, diria Naurú frente a negação do espaço público pelas forças que querem o silenciamento. Não, o sábio poeta não se calará! E exigirá o que é seu de direito: a terra, as águas, as riquezas e o teatro.

Ah, o teatro! Naurú convoca Brecht e Artaud. Chama, dialeticamente, a loucura deliciosa para a criação. Requer uma dose de insanidade. Até um pouco de cachaça. E muito axé!

Naurú aclama os mortos pela ditadura e os ambientalistas assassinados pelos gananciosos dos frutos da terra. Cuidado, estes pertencem à natureza. E ela se vinga!

Naurú é história, filosofia, dramaturgia, biologia. São os conhecimentos amazônicos (e “amazônidos”). É Rondônia. Brasil. América Latina. É “mundo, mundo, vasto mundo”!

Naurú é teatro contemporâneo.

“Naurú *** Poeta das GuErras” é um espetáculo de 2025 criado pelo “Coletivo Xapiri Pê”, de Porto Velho, que dialoga com o presente. Mas não esquece o passado. E se preocupa com o futuro.

Créditos das imagens: Fotos de Raquel Melyssa, Thales Gomes e Matheus Duarte.

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Corpos do Prazer ganha prêmio internacional

O vídeo-teatro performativo Corpos do Prazer, produção do Coletivo 2 x 2 – RO, recebeu o prêmio de Melhor Vídeo Teatro no Salão Internacional de Artes Presencial (https://vemsac.com/), ocorrido em dezembro de 2022, em Portugal.

Corpos do Prazer é uma obra artística resultante das investigações empreendidas por Ádamo Teixeira, egresso do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIR, durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano Oliveira. Nesse trabalho, a travesti Amitaff propõe a lançar-se como artista ao mesmo tempo em que divulga um pacote promocional de fotos e vídeos eróticos. Acompanhada pelo seu produtor (e cliente), que filma e transmite “ao vivo” as imagens do evento, ela sente na pele as consequências da exclusão social, da transfobia e do machismo. O trabalho denuncia ainda a invisibilidade, a violência e o moralismo tão em voga no Brasil.

Estamos deveras contentes com a primeira premiação do Coletivo 2×2 – RO e com a primeira premiação internacional do ator Ádamo Teixeira e dos diretores Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate.

Dedicamos esse prêmio à todas as travestis de Porto Velho e de Rondônia que, nos seus cotidianos, enfrentam inúmeras violências e exclusões!

Corpos do Prazer pode ser assistido a partir deste link: https://www.youtube.com/watch?v=j83gbP_xock

Ficha Técnica:

Atuação, figurino, maquiagem, cenografia e iluminação: Ádamo Teixeira

Direção/orientação, técnica e produção: Luciano Oliveira

Publicitário, direção de vídeo e edição: Luís Gustavo Aldunate

Assessoria de imprensa: Dennis Weber

Elenco de apoio: Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate

Intérprete de Libras: Jamilly Martins

Corpos do Prazer será exibido em Portugal

O vídeo-teatro performativo Corpos do Prazer (https://www.youtube.com/watch?v=j83gbP_xock&list=PLJlPTUTgz-Y6T__wPBSiXQlM9muFFrBTC&index=6), produção do Coletivo 2 x 2 – RO (https://www.instagram.com/coletivo2x2rondonia/), do qual eu também faço parte, será exibido, em dezembro de 2022, no Salão Internacional de Artes Presencial (https://vemsac.com/) em Lisboa, Portugal.

“Corpos do Prazer” é uma obra artística resultante das investigações empreendidas pelo discente Ádamo Teixeira, do Curso de Licenciatura em Teatro da UNIR, durante o seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação do professor Luciano Oliveira. Nesse trabalho, a travesti Amitaff propõe a lançar-se como artista ao mesmo tempo em que divulga um pacote promocional de fotos e vídeos eróticos. Acompanhada pelo seu produtor (e cliente), que filma e transmite “ao vivo” as imagens do evento, ela sente na pele as consequências da exclusão social, da transfobia e do machismo. O trabalho denuncia ainda a invisibilidade, a violência e o moralismo.

Estamos muito felizes com a primeira exibição internacional do nosso trabalho!

Ficha Técnica:

Atuação, figurino, maquiagem, cenografia e iluminação: Ádamo Teixeira

Direção/orientação, técnica e produção: Luciano Oliveira

Publicitário, direção de vídeo e edição: Luís Gustavo Aldunate

Assessoria de imprensa: Dennis Weber

Elenco de apoio: Luciano Oliveira e Luís Gustavo Aldunate

Intérprete de Libras: Jamilly Martins

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