Ontem, 23 de novembro, no Teatro 1 do SESC Esplanada de Porto Velho, iniciou-se a Mostra de Danças SESC 2017.
Após três apresentações infanto-juvenis, pelas quais os pais quase sofreram um treco de tanto gritar e aplaudir, eis que “insurge” uma coisa que “destoou” completamente do que até naquele momento acontecera.
Assim perguntou uma criança sentada numa poltrona atrás da minha:
– “Papai, o que está acontecendo?”.
– “Eles estão passando mal!”, explicou ironicamente o pai.
– “Por que, papai?”.
– “Porque eles comeram muita feijoada antes da apresentação!”.
– “Entendi!”, respondeu a inquieta menina.
Os atores-dançarinos, que se vestiam tão “estranhamente” (“muitos deles com trajes árabes”, disse uma espectadora mal humorada sentada ao meu lado), e que dançavam e “teatravam” músicas ainda mais esquisitas – “dissonantes”, disse-me o professor Dr. Luiz Lerro e coordenador do Curso de Extensão Dança-Teatro -, passavam mal no palco de tanto comerem feijoada de paixão, de tanto deglutirem couve de tesão e de tanto ingerirem coca-cola (ou cachaça?) do alabão! (Esta rima pobre e sem sentido é proposital, pois não encontrei nenhuma palavra boa que rime com tesão e paixão e que expresse adequadamente o meu sentimento diante de tanta hipocrisia e ignorância!). Continuando: “estrebuchando” ali no chão, sob os olhares medievais de boa parte da plateia atônita, um grupo de pessoas completamente heterogêneo (estudantes de teatro, bailarinos, bailarinas, homens e mulheres comuns, heterossexuais, homossexuais, jovens, idosos, etc.) entregavam-se de corpo e alma à tão misteriosa (para uma parte expressiva do público ali presente, quiçá para o público geral de Porto Velho!) Dança-Teatro.
– “O que está acontecendo agora, papai?”, pergunta novamente a criança.
– “Eles estão saindo do palco!”, responde o pai.
– “Por quê”?
– “Para tomar remédio”, finaliza la cu nar mente o pai que não tinha mais nada para passar para a sua pobre criança.
E assim o Temer continua no poder!